Nascido em Breves e criado entre os rios e florestas do Marajó,
o ribeirinho Benedito Furtado Rodrigues, o "seu Nenê”, hoje com 74 anos,
sobrevive há cerca de 50 anos da extração de uma madeira muito comum na região:
a Virola, utilizada para confecção de cabo de vassoura. Com esse trabalho, ele
criou quatro filhos e sempre se manteve produtivo, apesar do cenário de
insegurança em que viveu até hoje. “Toda vez que eu tinha uma mercadoria, tinha
medo que ela fosse apreendida, como já foi. Tive prejuízo, mas não desisti.
Agora estou legalizado”, disse Benedito Rodrigues, após receber do governo do
Estado o Certificado de Legalização nesta quinta-feira (8), durante o Programa
Governo por Todo Pará, na sede do município de Breves.
O processo de legalização da
atividade produtiva foi desenvolvido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente
e Sustentabilidade (Semas). Os certificados foram entregues pelo governador
Helder Barbalho e o titular da Secretaria, Mauro O'de Almeida. “A atividade é
tradicional aqui na região, mas que aos olhos da Semas nunca tinha sido
legalizada. Hoje, nós estamos muito satisfeitos de ter conseguido que essa
atividade tenha sido legalizada”, ressaltou Mauro O'de Almeida.
Desde o início deste ano a Semas vem intensificando o
diálogo com os produtores para estabelecer normas adequadas para a produção de
cabos de vassouras. Assim foi possível começar o processo de elaboração da
certificação para os trabalhadores. A certificação agrega valor ao produto e
amplia as oportunidades de geração de renda para a comunidade. “O dia de hoje
vai entrar para a história. A mercadoria vai ter valor agregado, e isso vai
melhorar a qualidade do produto e ganhar valor lá fora, gerando muito mais
emprego, porque o produto agora vai ganhar prestígio. Graças a Deus que esse
governo veio com essa visão, para que o ribeirinho - que é a população não só
de Breves, mas de todo o Marajó -, possa ter acesso à Semas, à Sefa e a tantos
outros órgãos do governo”, frisou o engenheiro ambiental Elias Sarraf de
Oliveira.
Vocações econômicas - Os
certificados foram entregues a quatro proprietários de pequenos empreendimentos
de produção de cabos de vassouras. Segundo a Associação dos Extratores,
Produtores e Comerciantes de Produtos Acabados do Marajó (Apec-Marajó),
atualmente a atividade mobiliza cerca de 4 mil extratores, 170 pequenas fábricas
e comerciantes locais e de outros municípios. “É preciso que a gente encontre
vocações econômicas no Marajó, para que a população volte a ter emprego e
melhore a renda. A Semas está deixando o estigma de Secretaria que atrapalha a
atividade econômica, para ser uma Secretaria que impulsiona a economia de forma
sempre sustentável. Essa é a diretriz do governador, que nós estamos tornando
real na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará", garantiu
o titular da Semas, Mauro O'de Almeida.
Para quem já conseguiu o
certificado, a ampliação da atividade é só uma questão de tempo. “Com esse
documento vamos gerar mais emprego. Vou poder chamar mais pessoas para me
ajudar na produção e poder fazer melhores negócios. Estou orgulhoso com o
governador, com certeza”, declarou Benedito Rodrigues.
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